quarta-feira, 11 de maio de 2016

Diário de um desconhecido #3

Acordo com o assobiar do vento batendo na janela de madeira gasta, raios de sol começam a emergir nas frestas. Sinto frio e cansaço. Enquanto tomo coragem para levantar um pássaro pousa na janela e começa a bater o bico na madeira: toc toc toc. A TV ainda ligada da noite anterior ecoando vozes no quarto vazio, tudo é preto e branco. Sento-me na cama e minha cabeça lateja. Do lado, jogada ao chão, uma garrafa velha de conhaque, vazia e quebrada. A cama vazia e desarrumada, pequena, o que costumava ser cheia e grande, ainda desarrumada, me trás lembranças. Lembranças não se apagam, são postas de lado para que experiências novas aconteçam. Tudo é um ciclo, assim como o arrumar e desarrumar da cama...

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