quarta-feira, 22 de outubro de 2014

As vezes...

As vezes andamos, as vezes corremos;
As vezes conversamos, as vezes berramos;
As vezes somos simples, as vezes complicados;
As vezes pulamos de alegria, as vezes fugimos por desespero;
As vezes choramos de felicidade, as vezes de tristeza;
As vezes nos desgastamos, as vezes nos renovamos;
As vezes sorrimos, as vezes choramos;
As vezes nos sentimos distantes, as vezes muito próximos;
As vezes nos sufocamos, as vezes de felicidade, as vezes pela falta de espaço;
As vezes somos um só, as vezes três ou quatro;
As vezes tomamos chuva, as vezes somos ela;
As vezes brincamos, as vezes somos brinquedos;
As vezes mentimos por medo, as vezes por receio, as vezes por incerteza;
As vezes somos verdadeiros;
As vezes é gostoso e as vezes não;

Não importa como seja,
Seremos felizes,
Seremos tristes,
Viveremos,
Amaremos,
Sofreremos.
Seremos únicos,
E seremos só nós!

Escolhas

As pessoas são complicadas. Não simplificam nada. Existe a razão, existe a emoção e existe a escolha. Esta, muitas vezes, tende ao lado que você menos espera. Seja escolha sua ou não. Mesmo quando achamos não termos opções, pare e pense. Escolhas surgem com o mínimo de duas opções além das visivelmente existentes. Você pode escolher uma delas ou não escolher nenhuma, esta também é uma escolha. Elas existem para falarmos que somos donos de nossos próprios destinos, para influenciar o destino dos outros e influenciar o destino do próprio planeta. Tudo seria mais fácil se as pessoas não tivessem que fazer escolhas. Ou ainda se as pessoas tivessem discernimento para fazer escolhas. As pessoas são complicadas.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Diário de um desconhecido #2

Acordo com o doce barulho da chuva batendo a minha janela, ainda sem memórias da noite passada tomo à mão uma xícara de café, quente. São dez da manhã e o telefone toca. Ao atender, sua voz ecoa com um suave timbre, parecendo uma arpa tocada suavemente por um anjo apaixonado. Você, sem meias palavras, objetiva e frustrada, me diz algumas palavras. Sinto-me como uma lagoa seca nos dias de verão, sem vida. O mar de possibilidades se extinguindo diante de suas palavras, ditas, expelidas, pensadas. Até o café, farto da temperatura que o rodeia, escorre aos estilhaços da xícara levada ao chão. Desligo o telefone e dirijo-me a janela, observando o céu cinza. As aves cinzas. Os carros cinzas. As pessoas sem faces, sem expressões e cinzas. Meu mundo perdeu a cor e deu lugar a dor.